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No caso do menino de 9 anos que matou 23 animais no Paraná, é possível considerar a hipótese de psicopatia?

  • Foto do escritor: Guilherme Serrano Rodrigues
    Guilherme Serrano Rodrigues
  • 15 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

O caso de um menino de 9 anos que teria matado 23 animais em um hospital veterinário na cidade de Na Fátima, Paraná, repercute nas redes sociais nesta terça-feira (15). Ao longo de 40 minutos, o garoto foi flagrado em vídeo praticando violência contra coelhos e porquinhos-da-índia, e depois admitiu o ato. O episódio gerou reações intensas nas mídias sociais, com muitos usuários chamando a criança de "psicopata" ou fazendo comparações com famosos assassinos em série. Mas, afinal, é adequado falar em psicopatia nesse contexto?


De acordo com Cristiane Nogueira, coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), não é possível diagnosticar Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA) ou psicopatia em indivíduos menores de 18 anos. Ela explica que crianças e adolescentes estão em fase de desenvolvimento, tanto biológico quanto psicológico e social, e que diagnósticos como esses só podem ser feitos em adultos por profissionais de saúde, como psiquiatras ou psicólogos clínicos.


Para o caso do Paraná, a recomendação não é buscar um diagnóstico imediato para a criança, mas sim um acompanhamento multidisciplinar ao longo do tempo, envolvendo psicólogos, assistentes sociais, médicos e educadores. “O primeiro passo é proteger a criança da exposição midiática e evitar uma caça às bruxas. Depois, é necessário um estudo psicossocial cuidadoso, com uma equipe multiprofissional, sem tirar conclusões precipitadas. Não se aponta caminhos com base em indícios, mas sim em fundamentação científica, o que demanda estudo e tempo”, explica Cristiane.


Ela também observa que muitas pessoas buscam respostas simplistas para situações complexas. “Estamos vivendo um frenesi com o consumo de conteúdos sobre psicopatas e serial killers, principalmente filmes e séries norte-americanos. Isso faz com que percamos a crítica e a distinção entre a arte e a realidade. Além disso, há uma tendência ao excesso de diagnósticos, com as pessoas recorrendo à internet para procurar explicações para si mesmas e para os outros a partir de sinais isolados”, conclui.


 
 
 

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